sábado, 25 de fevereiro de 2012

Teodoro



Naquela casa grande havia um quarto pequeno de paredes frias e escuras, o quarto tinha pouca iluminação, mas dentro dele havia uma energia revigorante. Em uma cama antiga tinha um garoto de poucos cabelos e um lindo sorriso no rosto, por trás desse sorriso se escondiam enormes olheiras e uma cara de cansaço que dificilmente aparecia.
Era aniversário do menino, seu nome era Teodoro, todos estavam tristes como se estivessem em um velório, pois provavelmente aquele era o último aniversário dele. Mas só bastava olhar para Teodoro e todos viam um sorriso contagiante! Ninguém entendia porque tanta felicidade e um senhor que era amigo antigo da família sentou ao seu lado e começaram uma longa conversa...
Sr. José: Teodoro porque vive a sorrir mesmo sabendo que está beirando a morte? Não tens medo?
Teodoro: Medo de que Seu José? De morrer? Esse medo eu nunca tive, o meu medo é partir e deixar dor nos corações, partir e sofrer com aquele vazio de “eu podia ter dito e feito mais” e Seu José esse é um peso que não carrego comigo.
Sr. José: Eu nunca pensei na morte dessa maneira meu filho...
Teodoro: Todos os dias eu faço questão de mostrar a minha família e amigos o quanto eu os amo e o quanto eles foram importantes em cada momento da minha vida, desde as vitórias até as derrotas.
Sr. José: E meu filho se pudesse escolher qualquer presente de aniversário, o que pedirias? A cura da sua doença?
Teodoro: Não, eu pediria dias, mais dias de vida é só o que me deixaria mais feliz.
Sr. José: Mas tu me disseste que não tinha medo da morte!
Teodoro: E eu não tenho, mas não é porque não tenho medo que quero morrer, mais dias me trariam mais felicidade, mais visitas, mais risos... Seu José até mais um dia deitado nesse quarto escuro me deixaria o menino mais feliz do mundo!
Para aquele jovem menino, que esperava sentado e sorrindo pela própria morte, só o que era necessário só mais um dia de vida, e só mais um dia comum faria dele um garoto feliz.

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