domingo, 15 de abril de 2012

Letters


“E eu já te disse o quanto te amo? É preciso falar que eu penso em ti todos os dias? Realmente acha necessário falar da minha vontade de correr até você e sentir o teu cheiro? Se eu não disse é porque não houve palavras – e ainda não há – que descrevam o meu sentimento por você. Passo os dias contando as horas, as horas contando os minutos e os minutos contando os segundos para ouvir sua voz do outro lado da linha e esse sotaque estranho dizendo ‘oi’. Sim, eu contava todos os segundos para chegar em casa e falar contigo.” Ela começara a rabisca fervorosamente numa folha de papel, às vezes fechava os olhos e tentava se lembrar da voz dele do outro lado dizendo “eu te amo”, o coração faltava saltar do peito. Mãos trêmulas.
“Eu jamais imaginei amar alguém como te amo, pensei que nunca encontraria uma pessoa que me compreenda como você me compreende, que me completa como você me completa, realmente não esperava ser amado e amar uma mulher que um dia vá cuidar de mim como eu sempre desejei.” Com as mãos trêmulas e ainda lendo a carta perfumada o rapaz redigia a resposta, escrevia com a força que gostaria de está abraçando sua amada e faltava rasgar o papel, nunca quis tanto ter alguém em seus braços um dia como queria aquela garota para ele.
“E algum de nós um dia imaginou que estaríamos frente a frente escrevendo cartas um ao outro? E quem um dia iria imaginar que esse nós iria vingar, e que belo tem sido todos os nossos dias juntos, espero que o tempo pare e que nossos momentos passageiros se tornem eternos fincados na terra.” Estavam os dois cara a cara, dividindo a mesma xícara de café, respirando do mesmo ar e usando a mesma caneta para escrever a última carta.

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