Era uma
camisa rasgada, amarrotada e suja de café, unhas pretas de tinta e nas têmporas
havia manchas azuis de caneta. Tinha uma pele branca que possibilitava a visão
das veias, os olhos fundos pelo fato de não dormir a dias. Sonhos, sonhos,
sonhos. Dormia mais durante os intervalos das refeições do que de noite. Ao lado
da cama – o lugar mais habitado – tinha um criado mudo com uma caneca pelo meio
de café frio, giz de cera colorido, canetas e um papel sujo com alguma coisa
desconhecida, o que provavelmente poderia ser café também.
Alguém chama
ao longe, mas é muito difícil descobrir o que se passa e quem fala com o som
dos fones tão altos e não importa quem seja, não importa o estão falando é
simples assim, não importa. Infelizmente é hora de acordar e fingir que está
ouvindo, vendo e fingir que fala e que acordou, é mais um dia de fingir, atuar
uma caminhada até a sala, protagonizar passo a passo para não trocar os pés. Finalmente
trabalho executado com sucesso. Felizmente chegou a hora de voltar e ela a
esperava ali, parada do jeito como foi deixada, deitasse na cama novamente.
E tem sido
assim por dias e dias, é nessa vida de escrever trechos aqui, dormir trechos
ali, comer algo e beber cafés frios e quando se tem sorte os quentes, é com
dedos sujos de caneta, é com olhos fundos de insônia e têmporas a transpirar
que se vive.
São palavras tão simples, mas com uma profundidade de alma... Tão verdadeiras, sinceras... Farei mil desenhos com essas palavras d'alma. LINDA! Parabéns. Tu escreve muito bem.
ResponderExcluir*-* cute
ResponderExcluirGostei muito mesmo. haha triste, porém muito profundo. Adorei a escolha das palavras, muito honestas e marcantes, ficou muito bem escrito em si. Parabéns linda. :*
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