São memórias
que me tomam a mente, borrões de dias e noites, rabiscos de nós, união
desunida.
Ainda uso a
camiseta manchada de café e ainda tenho aquele short rasgado, me perdoe, não
consigo me conter. Olhe os seus olhos, olhe-se no espelho! Como conseguiu mudar
tanto?
Suas mãos
ainda são trêmulas.
Tudo o que
eu quis foi esquecer-te, memórias, malditas.
Sim! São
vírgulas que separam memórias e malditas, pois não foi só de felicidade que
vivemos, não é.
Memórias.
Caímos em
nós atados fortes de um penhasco, amarrados, juntos como um só, caímos no
esquecimento. E eu que quis tanto te
esquecer. Tu que tanto quis lembrar.
Perdão! Não há
o que perdoar, jamais me permitir errar, mas errei, mudemos o foco.
Memórias,
tempo.
Morremos,
estamos a morrer... A cada segundo aqueles borrões se desfocam, os rabiscos
apagam-se automaticamente com o dia a dia, com as novidades, o passado vai
desintegrando-se. Tu te tornas nada. Mas como até nada é alguma coisa, eu lhe
vejo eternizando em mim como cicatriz sarada.
Beijos ardentes,
memórias, camisetas manchadas, tempo, short rasgado, borrões apagados.
Você se foi
e cá estou eu a lembrar de ti mais uma vez. Não. Cá estou eu a lembrar de nós
atados novamente, mas são só lembranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário